Dia Nacional das Abelhas

Celebrado nacionalmente em 3 de outubro, o Dia das Abelhas deve nos lembrar da importância desta espécie fundamental para a nossa própria sobrevivência. As abelhas são responsáveis pela polinização de mais de 70 das 100 espécies de vegetais que fornecem 90% dos alimentos para um planeta habitado por mais 7 bilhões de pessoas, segundo os relatórios do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).


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Abelha sem ferrão – Jataí (Tetragonisca angustula) em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Estudos recentes apontam que as abelhas estão desaparecendo. Em um mundo sem abelhas, o homem não ficará apenas sem o mel e as flores. Ficará sem alimentos! Maracujá, berinjela, pimentão e outras espécies vegetais, por terem flores mais fechadas, precisam de polinizadores específicos. A lista de frutas, vegetais e sementes que dependem das abelhas é longa: uva, limão, maçã, melão, cenoura, amêndoas, castanha-do-pará, entre outras.

Produtores de abelhas em todo o mundo, em especial nos Estados Unidos, relatam perdas entre 30 e 50% em suas populações de abelhas em colmeias. Em algumas regiões da China, elas já não existem mais. No Brasil, segundo o professor Osmar Malaspina, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), responsável pela coordenação de um grupo de pesquisa sobre o comportamento das abelhas, 20 mil colônias de abelhas foram perdidas no estado de São Paulo de 2008 a 2010. Em Santa Catarina, foram 100 mil apenas em 2011. Estimativas apontam para perdas anuais de 40% de colmeias no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.


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Abelha sem ferrão – Iraí (Nannotrigona testaceicornes) nas flores de uma mangueira.

Mas quais são as razões para o desaparecimento delas? 

A mais reconhecida é o amplo uso de inseticidas “neonicotinoides”, defensivos agrícolas utilizados em todo o mundo, que atingem o sistema nervoso e digestório dos insetos, provocando desarranjos em seus sistemas de navegação. As abelhas morrem intoxicadas ou perdem o caminho de volta, deixando a colméia vazia. Em casos mais graves, elas não conseguem se alimentar e morrem por inanição.

Além de pesticidas, outros fatores, como eventos extremos causados por mudanças climáticas, o desmatamento seguido pela ocupação do solo por extensas monoculturas (milho e trigo) e técnicas para aumentar a produção de mel podem ser responsáveis pelo distúrbio do colapso de colônias (fenômeno conhecido como CCD em inglês).


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Abelha sem ferrão – Irapuã (Trigona spinipes) nas flores de um cacho de bananeira.

Diante deste cenário dramático, o Parlamento Europeu baniu alguns desses inseticidas. Já o governo dos EUA nada fez. Chama atenção para o fato das produtoras dos neonicotinoides serem as mesmas empresas que dominam hoje o mercado de produção de sementes transgênicas.

Porém um cálculo essencial precisa ser levado em conta: cientistas estimam que no ano de 2007, por exemplo, o valor dos serviços ecossistêmicos de polinização em todo o mundo era calculado em US$ 212 bilhões. Além disso, é clara que a relação entre a diminuição das abelhas e a redução da produção de alimentos impacta radicalmente na lei da oferta e da procura, logo no aumento do preço dos alimentos.


Fonte: https://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?41662

Elaboração Textual / Estudo e Pesquisa: Yuri Borba

Foto de Capa: ICMBio/Divulgação

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